Tailândia, meu diário de viagem.
- Mauro Nakada
- Nov 28, 2016
- 7 min read

Estou escrevendo isso do Hotel que estou hospedado em Bangkok. 5 minutos do centro de carro, 21 minutos a pé, uma boa localização. Hoje é meu ultimo dia na Tailândia, daqui 12 horas pego meu voo rumo ao Brasil. Foram 12 dias aqui nesse país quente e úmido o dia todo.

Os primeiros dois dias passei em Bangkok, encontrei Federico Devito, amigo que fiz durante nossa viagem de Londres em Julho para Star Wars Celebration, que por coincidência veio para Tailândia de Londres dois dias antes, nos encontramos, tomamos café da manhã e já saímos determinados à explorar Bangkok. Um barco de madeira para 5 pessoas foi o primeiro veículo que pegamos para visitar o maior templo de Bangkok. Um dia inteiro visitando templos e conhecendo muitos Budhas, de tamanhos, formas e posições diferentes.
Um barco de madeira para 5 pessoas foi o primeiro veículo que pegamos para visitar o maior templo de Bangkok. Um dia inteiro visitando templos e conhecendo muitos Budhas, de tamanhos, formas e posições diferentes.




Kobe Beef foi a nossa janta, nenhum dos dois tinha experimentado essa iguaria antes. A carne mais cara do mundo e a mais saborosa, 3300 bahts o corte de 300g de Kobe Beef. (Baht - Moeda da Tailândia) E vou falar hein, a carne é boa mesmo!
Pegamos um Tuk Tuk em direção ao melhor shopping da Ásia o SIAM CENTER. No meio do caminho o motorista do Tuk Tuk nos oferece uma parada em uma loja de Ternos sob medida, ele insiste muito. Recusamos. Porém, depois de muita insistência ele cede e abre o jogo, diz que se ficássemos 20 minutos na loja de Ternos ele receberia comissão dos donos da loja e nós não precisaríamos pagar a viagem que daria 450 bahts, Ok, aceitamos. 20 minutos na loja de ternos, tchau, viagem grátis de Tuk Tuk.

“Mauro, e nos shoppings dai, tem lojas boas? vende roupas originais?” Essa foi a pergunta que mais ouvi dos meus amigos. E pra falar a verdade, as lojas de lá são melhores que as lojas aqui do Brasil. Muitas opções de lojas, muitas roupas pra escolher, lojas americanas, lojas britânicas, os shoppings Tailandeses são melhores estruturados que os nacionais.

Na nossa última noite em Bangkok, resolvemos passar na Khaosan Road, uma rua famosa lá, onde foram gravadas cenas do filme Se Beber Não Case 2. Estávamos passeando pela rua, muitas coisas acontecendo simultaneamente, pessoas vendendo bebidas, um grupo de adolescentes cantando, show de dança na rua, bares com musica alta, muitas pessoas cruzando a rua de lado a lado. Despercebidos, encontramos algo que eu queria muito encontrar, Insetos! Desde antes de sair de casa eu já tinha pensado e planejado, "Irei comer insetos na Tailândia", comer insetos é algo muito típico da Tailândia e eu não podia ir embora sem prova-los.


Depois de passar dois dias explorando Bangkok, pegamos um voo rumo à Koh Samui onde iríamos encontrar o grupo de 10 pessoas que fariam o tour pelas ilhas conosco. Após fazer check in no hotel, fomos para uma Massagem Tailandesa. 1 hora de óleo e pedras quentes nas costas. Nos primeiros 10 minutos é bem estranho, mas depois os movimentos de aperta ali, puxa aqui, estrala uma vértebra ali, aperta as costelas, cotovelada nas costas, acabam acostumando. Nunca me senti tão relaxado na minha vida, ao término da sessão as massagistas oferecem um chá, você paga e vai embora, eu não lembro nada do caminho de volta pro hotel, lembro de me sentir relaxado, quase bêbado de massagem, encostei na cama e dormi, só acordei no outro dia.

Mergulho com peixes, primeira atividade do dia, 40 minutos de lancha até chegar ao local. “Com colete ou sem colete?” O Instrutor me perguntou. “Sem colete né, eu sei nadar.” Pulei na água, não deu 5 minutos já estava desesperado querendo segurar em algo, me apoiar em alguma coisa, aliás, estávamos em alto mar. Voltei pra lancha e vesti um colete salva-vidas.
Um tour pelo complexo de 40 ilhas que rodeiam a ilha de Koh Samui e um almoço bem tradicional tailandês numa ilha beeeem pequena. Arroz thai, camarão empanado, frango empanado, legumes agri-doce, sopa de frango com legumes e bastante pimenta. Pra ajudar na digestão aquele passeio de caiaque no perímetro da ilha até o fim do dia.

Próximo dia, o meu favorito e o mais simples. Acordamos com o objetivo de realizar 4 atividades em 9 horas, porém as atividades eram em pontos extremos da ilha, que leva praticamente 2 horas pra cortar ela de ponta a ponta. Dai surge à ideia, Vamos alugar uma moto! Federico sabe dirigir moto seria perfeito. Fechado! só que não, eu não queria fazer a road trip na garupa da moto, não da pra ver direito lá de traz né. Então, alugamos duas motos! "Mauro, você sabe dirigir moto?" Agora eu sei.

Acho que eu nasci pra isso, sentei na moto, ouvi as instruções e já sai na estrada, o dia todo pilotando uma moto nas estradas da Tailândia. Paramos num mercado para comprar óculos escuros, por que a 100 km/h o vento seca o olho todo, entra areia, uma tragédia automobilística.
1h 30 min de estrada, chegamos ao santuário dos macacos, um lugar onde eles são abrigados, alimentados e são visitados pelo público. Esses macacos são contratados, trabalham retirando côco das árvores e recebem pagamento em bananas e moradia. Conheci os macacos, bem amigáveis, abrem as mochilas, garrafas d'água, pegam câmeras e celulares, mas o que querem mesmo são as bananas da nossa sacola, que podem ser adquiridas na entrada do santuário por 300 bahts.

Após visitar os macacos fomos direto para uma cachoeira de 80m de altura, mais 30 min de estrada, paramos a moto num estacionamento, e mais 1 km de trilha.

No meio do caminho encontramos elefantes que sobem e descem as montanhas todos os dias com pessoas na garupa. Ao chegar de volta no estacionamento pra pegar a moto e partir, vemos um Tigre, ele estava com os adestradores brincando com um côco.
Saímos em direção a vila dos pescadores, 2 horas de moto, de uma ponta a outra da ilha. Encontramos no caminho um templo gigante, todo vermelho, nunca tinha visto um templo daquele.


Jantamos na vila dos pescadores e o nosso dia terminou ali, nosso objetivo final seria visitar o Big Buddha de Koh Samui, mas já estava escuro, estava fechado infelizmente.
Ao amanhecer pegamos um Ferry Boat em direção à Koh Phangan, a ilha favorita do Rei da Tailândia, quando vivo visitou a ilha mais de 60 vezes pra relaxar. Em Koh Phangan tivemos o primeiro dia livre, tiramos o dia para aproveitar a piscina do resort.
Aliás o nosso quarto era de frente pra praia, saia do quarto com o pé na areia já. Alugamos um Jetski, 1 hora, 1500 bahts, um passeio incrível em alto mar, é bem legal pilotar um, fazer drifts na água, apostar corrida e pilotar em volta da ilha conhecendo outras praias.

Após terminar o tempo do Jetski fomos tomar um banho de mar, quando uma água viva veio de cabeça no meu braço, não me queimou pois bateu com a cabeça, que não queima, não deu outra, sai do mar correndo na hora e fui pra opção mais segura, a piscina.

Durante a noite, saímos pelas ruas que cercam o resort, na verdade, uma rua apenas, com algumas lojinhas de produtos feitos à mão pelos próprios vendedores, fizemos mais um massagem tailandesa, e comemos um crepe de rua de uma menina de 23 anos, banana com nutella, sem duvidas o melhor crepe que eu já comi na vida, 50 bahts apenas mas sinceramente, se fossem 150 bahts estaria bem pago.
Pegamos um bote com a turma no dia em seguida, e visitamos a praia chamada Bottle Beach, pois o desenho dela visto de cima lembra uma garrafa, a água de praia mais limpa e transparente que eu já vi.


Federico decidiu brincar de correr com um cachorro da praia, correu do cachorro, quando Federico parou de correr o cachorro mordeu suas costas e seu braço direito, sangrou, ficou feio mas ele passa bem.
A guia turística tinha alertado sobre os cães de lá, nem todos são amigáveis, se bem que fiz amizade com uns 10 cachorros durante a viagem.
Hora de ir embora das ilhas da Tailândia. Dia 12, o grupo segue viagem para a próxima ilha, Koh Tao, eu e Federico vamos em direção ao melhor aeroporto do mundo na minha opinião.

Simples, com apenas 2 portões de embarque, de qualquer lugar do aeroporto é possível ver a pista, um avião de hélices espera por nós, bem pequeno. Voo de 1h 15m até Bangkok. Saindo de uma ilha simples de tudo no extremo da Tailândia, de volta para a cidade grande.

Eu fico por Bangkok por mais 2 dias, Federico segue para Chiang Mai no norte da Tailândia. Os dois dias seguintes foram cheios de aventuras solitárias que eu adoro andar em cidades desconhecidas que visito. Sozinho, você consegue sentir mais, prestar atenção em detalhes que você não prestaria com alguém conversando ao seu lado. Porém, sozinho sem Federico, todos os vendedores de lojas vinham conversar comigo em Tailandês, já que estava torrado de sol da cor dos nativos, e com olhos puxados então, já chegavam no papo comigo em tailandês.
Tailândia foi um lugar incrível de conhecer, pessoas alegres que mesmo não falando a mesma língua que eu, faziam de tudo para ajudar e compreender. Praias de tirar o fôlego e ao mesmo tempo shoppings de tirar o fôlego, o melhor shopping da Asia é em Bangkok! Um pais muito diferente do que todos pensam, antes de chegar na Tailândia, o meu pensamento durante o voo de 21 horas era apenas: Como será que é lá? Imaginava que seria uma desordem, uma mistura da Índia com a China, ratos passando pela rua, pessoas gritando, motos e carros disputando espaço nas ruas. Muito pelo contrário, cheguei imaginando que seria a soma de Índia + China, e voltei pra casa encontrando semelhanças com o Japão, em relação a educação, limpeza e organização. Pessoas calmas, zen, com muita devoção aos deuses e respeito ao próximo. Pretendo voltar com certeza. Uma cantinho do mundo que ficará guardado na memória, a viagem que me fez sair da zona de conforto e aprender mais sobre como viver a vida.

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